João Cassiano

O nosso querido João Cassiano está doente, pedi à rapaziada que escrevesse umas linhas sobre o João. Esses textos começam hoje a ser publicados aqui no blog.

O João visto pelo Cabarés:

Pensar no Cassiano, é pensar em alegria, disponibilidade, camaradagem, amizade e muito mais.... de facto qualquer homenagem que lhe seja prestada, por muito grande que ela seja, será sempre pequena para aquilo que o Cassiano fez pelo Nosso Cascais.

Pedes-me para contar um episódio, mas não resisto em contar-te dois.
O primeiro, foi numa das vezes que fomos jogar a Coimbra, contra a Académica e a seguir aos jogos dos seniores, havia os jogos dos veteranos, com todos os elementos que treinavam e que não tinham jogado na equipa principal e com os suplentes não utilizados no jogo. Numa dessas idas a Coimbra, começamos a contar os Veteranos, e os que existiam era 13, incluindo o Cassiano que só tinha ido assistir e apoiar o Cascais. Claro que surgiram logo umas chuteiras, calções e meias e o Cassi lá fez uma belíssima partida a jogar a ponta, penso que a primeira da sua carreira rugbistica.... se a memória não me atraiçoa, marcou um dos ensaios do Cascais.

Um outro episódio foi quando fomos jogar um torneio na Holanda e o amigo Cassi mais uma vez presente para dar o seu contributo e apoio ao Dramático.
No regresso, o avião fez escala no Porto, e na aterragem, quando embateu na pista, fez um grande "estremeção".... O amigo Cassi, experiente piloto destas máquinas, e que vinha sentado ao meu lado, disse logo: - Este gajo não percebe nada disto.... no tempo em que eu pilotava, fazíamos concursos, colocando uma caixa de fósforos no tablier do avião, e o objectivo é que ela não caísse. Quando chegamos a Lisboa e íamos a sair do avião, eu vinha atrás do Cassiano, e na porta de saída a hospedeira de bordo, virou-se para o Cassiano e disse-lhe: - Aquela aterragem do Porto parecia as tuas aterragens..... conclusão, foi a gargalhada geral. Enfim, muitas outras ficam por contar, como a das inúmeras boleias para os jogos do Norte (Coimbra, Porto, Lousã, etc.), as pionaças que sacámos no parque de estacionamento do Jumbo.... O termos andado a servirmo-nos na cozinha do KFC do Jumbo, e tantas outras, mas numa palavra diria ao Cassiano para não se deixar ir abaixo e continuar a lutar contra a Vida, com a mesma vontade e alegria com que sempre nos ajudou e ajudou o Rugby do Dramático.

Obrigado por tudo,
Deste amigo, Cábárés.

Miguel Tavares

João Cassiano nas palavras do Jorge de Herédia:

De uma alma enorme, e ainda maior dedicação
É assim que memorizo o nosso João

Quase pai de alguns e muito amigo dos restantes
Treinou e ainda... Jogou
E vinha connosco para os Restaurantes

Do João Cassiano não tenho a menor duvida
Há milhares de histórias para contar
Mas para mim o que mais marca
É que nele, podíamos confiar

Formação, educação e um grande coração
És um Homem do Cascais! Um abraço para ti João!

PS: "Cum Carraças!" (Cassiano dialect) Vais conseguir vencer todas as doenças! Assim espero e rezo! Um abraço do teu tamanho (ENORME)!

Jorge Herédia

José Maria Vilar Gomes, sobre o João Cassiano:

“Quem esteve ligado ao rugby do Cascais nas décadas de 80 e 90, com certeza que terá uma história engraçada para contar sobre o Cassiano.

Para mim, e penso que para muitos outros, existem 3 características que sempre marcaram o Cassiano: a sua frontalidade, disponibilidade e boa disposição.
Sempre que tinha que “refilar” com alguma coisa com a qual não concordava, fazia-o frontalmente, e se tinha algum reparo a fazer sobre tácticas ou jogadores, também o fazia, apesar de perceber muito pouco de rugby. Mas o que interessava mesmo era a convicção com que ele defendia o seu ponto de vista, até à última consequência, por muito absurdo que parecesse!

A sua disponibilidade também era louvável! Sempre pronto para ajudar, para colaborar e para participar…. E normalmente para grandes “ pincéis”!!!! Mas ele lá estava, sempre na 1ª linha, quer fosse para ir “só” ali à África do Sul buscar uns equipamentos, quer fosse para ir com um grupo de “putos” até Biarritz, ou trazer uma carrinha de Coimbra com um grupo de “ putos” (mais crescidos apenas na idade) a “partirem-lhe” a cabeça a viagem inteira.

E isto tudo, sempre com uma BOA DISPOSIÇÃO fora do normal!

A única pessoa que conseguiu tirar o Cassiano do sério foi o Alex, que para além de lhe ter colocado umas cuecas de Senhora na cabeça, enquanto ele fazia a marginal a 220 km à hora, espalhou no mínimo 500 bolas de ténis dentro da carrinha, que atrapalharam um pouco a condução e as travagens, pondo em perigo a vida dos colegas. Lembro-me que o Cassiano teve um verdadeiro acesso de loucura, parou a carrinha com travão de mão, e colocou o Alex na rua!

Mas a história que mais me fascinou sempre, é aquela em que ele diz que fez um voou tão razante, tão razante, na ria de Aveiro, que cortou as linhas todas dos pescadores que estavam nas margens!

Espero que melhore rapidamente e que volte ao rugby do Dramático de Cascais, porque faz muita falta!

1 Grande abraço ao ENORME CASSI!!!"

José Maria Vilar Gomes


O contributo de João Heleno:

“Tal como o Faneca, o torneio de beach rugby de Biarritz foi a última vez em que tive a oportunidade de passar algum tempo de qualidade com o Cassiano. Foi à uma meia dúzia de anos atrás, que eu o Cassiano e o Xuxu (o Sabata e o Vinagre também foram), cada um a conduzir a sua Sharan carregada de miúdos, levámos a equipa de juvenis do Cascais a Biarritz para jogar o torneio internacional de beach rugby. As estrelas do rugby mundial da época estavam lá todas, Tim Horan, Laurent Cabane, Benazi, François Pienaar, Thomas Castagnede, entre outros, e no meio de um bando de miúdos e de alguns “semi-adultos” o Cassiano parecia o mais jovem de todos! Ditava o ritmo da viagem, para quem o conhece, a velocidades pouco recomendadas… só permitia paragens para pôr gasóleo, e o depósito tinha que estar bem dentro da reserva, fazia de tradutor com o seu francês fluente e ainda dava as tácticas para os jogos. Com jogos a decorrer simultaneamente em dois campos, era vê-lo aos berros para dentro das quatro linhas do campo lá do fundo “Vocês têm que “Gizzarre”, “Gizzarre”!!!” Dentro de campo olhavam todos uns para os outros sem fazer a mínima ideia do que ele queria dizer, quando no fundo bastava pensar um bocado para se perceber logo que a palavra proferida era DESLIZAR!

Para além desta memória mais recente, foi durante o ano de 1996, aquando da preparação que fizemos com o Jonh Dobson para a vitória da Taça Ibérica, que convivi mais tempo próximo do Cassiano. Nessa altura o Cassiano era o Manager da equipa, e tudo fazia para nunca faltar nada a ninguém. Foram cerca de dois meses de uma preparação muito intensa, com treinos diários e “estágios” com almoço no Sr. Luís ao fim-de-semana. Antes dos jogos era habitual jantarmos todos na pizzaria Tifósi, e no dia dos jogos encontrávamo-nos de manhã para tomarmos o pequeno almoço no antigo Bar 10. O Cassiano estava sempre presente, e foi também com ele que festejámos a vitória frente ao Saintboiana, por uns escassos 14-9, no dia de 28 de Dezembro de 1996!

Para além destes momentos mais marcantes, são muitos os episódios caricatos sobre o Cassiano, as viagens a Madrid ao torneio de sevens, as boleias em que atirávamos as bolas de ténis dele pela janela, as razias e travagens bruscas, a tentativa de levar o Pedro Rogério para guarda-redes de futebol, a boleia que deu ao Miguel Morais, em que segundo o próprio deu os 300 km/h (!?!?!) na sua FZR 1000, na recta do hipódromo, as tareias que levava da mulher no ténis, a razia que diz que fez com um avião na praia de Carcavelos, em que voo tão baixo, tão baixo que bateu com a asa na bola que um miúdo tinha chutado ao ar…

Ainda antes de tudo isto, não esquecer que foi o Cassiano que “fez” como ele diz, jogadores como o António Pinto, o Sabáta, Pêpê, Pedro Leitão, entre outros, que batiam insistentemente naquele “saco” verde, atrás da baliza do Guilherme Salgado!

Grande Abraço para ti Cassiano, e que melhores rápido!"

João Heleno